domingo, 21 de outubro de 2012

Veja você como são os seres humanos, uma semana de férias a pessoa quer votar ao batente, três semanas depois quer e não quer pisar na empresa. Uma loucura! Apesar dos 29 anos de idade, outubro de 2012 ficou marcado como o primeiro mês de férias profissional deste blogueiro. E que férias!

Viajar foi o que bem fiz. Aproveitar os locais em que passei não. Isso porque viajei com o meu velho, que não gosta desse negócio de ficar em um lugar só. Dos mais de três mil quilômetros rodados, mais de 35 cidades visitadas, só em Areia Branca, Natal (RN), Cabo de Santo Agostinho (PE) dá para dizer que conhecemos.

Passamos por quase todos os estados do Nordeste. Vimos a seca mortal do Pernambuco; a organização das estradas do Ceará, apesar da pobreza evidente, os montes de sal do Rio Grande do Norte e as belas praias de Alagoas.

No final, cheguei em casa com os ossos fora dos seus lugares, músculos travados e a cama, com saudades dos seus donos, exerceu uma força brutal até que os mesmos estivessem na horizontal. Nas férias fiz de tudo, menos descansar, mas gostei.

 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

- Bom dia meu amigo!

- Bom dia! Só não entendi o meu amigo? Te conheço de onde?

- Eu sou desta rua, moro naquela casa ali ó.

- Engraçado, moro aqui há cinco anos e nunca o vi nesta rua.

- É que trabalho muito de dia e a noite faço alguns trabalhos na comunidade do Norte da cidade.

- Oxente! Poderia fazer uns trabalhos comunitários aqui. Tantos adolescentes sem o que fazer.

- É que eu comecei por lá e preferi manter o trabalho.

- E que trabalho é esse?

- Bom, trabalho como servidor público

- Perguntei o sobre o trabalho comunitário que o senhor faz na Zona Norte.

- Ah bom! Éééé

- É o que?

- Peraí, esqueci o nome

- Como assim esqueceu o nome do trabalho?

- Trabalho com reciclagem

- Reciclagem né?

- Isso

- Eu não vou votar no senhor não!

- Como o senhor sabe que sou candidato? E por que não vai votar na minha pessoa?

- Eu sei que o senhor não mora aqui, mora na Zona Norte. Sei que o seu trabalho de reciclagem não é comunitário, pois cata latinhas para ganhar dinheiro.

- O senhor me julga pelo que faço e por que tantas perguntas?

- Foi uma oportunidade que dei para o senhor mostrar que é diferente dos outros, mas com tantas mentiras não fará a tal mudança de seu slogan de campanha. Agora, me dê licença, preciso me recompor para testar outro colega seu, que já está na sua suposta casa, falando com o meu pai.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012


Você passa um ano (ou até mais) esperando por trinta dias (ou vinte) longe do chefe, dos colegas, da rotina profissional. Na semana que antecede a tão esperada férias parece que os minutos rastejam para completar o ponteiro do relógio.

Quando, enfim, você está de férias não vê nada de diferente nos quatro primeiros dias. Até que raia o quinto dia. Você não está na empresa. O que fizer não terá ligações com ela. E o pior: não tem nada para fazer de forma oficial. É tudo parecido com o amistoso Argentina e Brasil: sombrio.

É a partir deste dia que você descobre estar totalmente voltado para o trabalho. Que gosta do seu chefe, dos colegas e acredite: da rotina profissional. Coisas de humanos, seres que não sabem o que querem e quando sabem prefeririam desconhecer.

A partir do quinto dia você olha para as quatros paredes do quarto, cansado olha as da sala, vai para cozinha, volta para o quarto, passa pelo banheiro e faz uma importante descoberta: além de ouvidos, as paredes têm boca. E o concreto te ordena: pare de me olhar!

Então você vai escrever no seu blog e percebe que, exceto o terceiro parágrafo, é tudo mentira. Que você está amando as suas férias e que escreve essas coisas para ver se o tempo anda mais devagar.
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